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Red Bull Bragantino usa estádio municipal como “laboratório” para futura arena

by Agência Hotz

O Red Bull Bragantino iniciou, há duas semanas, um período longe do Estádio Nabi Abi Chedid, em que atuará no Estádio Municipal Cícero de Souza Marques, também em Bragança Paulista (SP). O local, mais do que apenas sede temporária dos jogos do clube, servirá como uma espécie de “laboratório” para a construção da arena que será construída no lugar de sua antiga casa.

A equipe do interior paulista deve ficar cerca de quatro anos sem atuar no Nabi Abi Chedid. O estádio construído em 1949 passará por uma reformulação completa, que envolverá maior capacidade comercial e de público.

Diante disso, o Red Bull Bragantino recorreu ao Estádio Municipal Cícero de Souza Marques, localizado a cerca de 3km do Nabi Abi Chedid. A estrutura, porém, precisou passar por obras para atender aos requisitos do clube e das competições.

Inicialmente, foi previsto um investimento de R$ 22 milhões, mas algumas mudanças no projeto fizeram com que o valor final ficasse aproximadamente 30% maior.

Ainda assim, a concepção e a construção do estádio, bem como o desenvolvimento das atividades dentro dele, serão lições valiosas para a futura arena.

Estádio Municipal Cícero de Souza Marques possuía apenas uma arquibancada e não contava com estrutura apropriada de vestiário e gramado – Álvaro Ramalho / Canal BP Drones

Finanças

Ainda que tenha sido realizado um investimento para o clube poder atuar no Estádio Municipal Cícero de Souza Marques, o local deve minimizar a queda de receita que o clube terá no período em que estiver longe do Nabi Abi Chedid.

Se não tivesse essa possibilidade, o Red Bull Bragantino precisaria alugar algum estádio para atuar como mandante. Sem opções no interior do estado, provavelmente sofreria com uma severa diminuição de público, além dos gastos com aluguéis.

Em 2024, a equipe disputou 35 jogos como mandante. Caso mantenha a quantidade de partidas nos próximos anos, seriam mais de 100 partidas com público e renda comprometida. O resultado seria um grande déficit com o chamado matchday, um dos pilares financeiros de qualquer clube.

Ainda que fazer com que o investimento de quase R$ 30 milhões no Estádio Cícero de Souza Marques se pague apenas com as atividades no local seja difícil, o movimento terá um impacto relevante nas contas futuras do Red Bull Bragantino.

Comercial

Do ponto de vista comercial, o Estádio Cícero de Souza Marques pode até mesmo superar os benefícios oferecidos pelo antigo Nabi Abi Chedid. A reforma da casa temporária envolveu o desenvolvimento de arquibancadas cativas e um número maior de camarotes.

Apesar da capacidade para 12 mil torcedores, aproximadamente 5 mil a menos do que o Nabi Abi Chedid, o estádio conta com 37 camarotes, número muito superior ao disponibilizado pela antiga casa.

O aumento representa apenas um primeiro passo no desenvolvimento deste negócio. A expectativa é que a quantidade de camarotes seja dobrada novamente na futura Arena Red Bull, para aproximadamente 70.

Praticamente todos os camarotes já foram negociados pelo Red Bull Bragantino. E os espaços foram comprados por empresas de Bragança Paulista, o que demonstra a adesão dos empresários locais ao novo projeto.

A estrutura ainda envolve um lounge com comida e bebida à vontade, que pode ser acessado com facilidade pelos torcedores nos camarotes ou nas arquibancadas cativas. O espaço permitirá que o clube desenvolva novos produtos que envolvam este benefício, potencializando as receitas de matchday e sócio-torcedor.

A partir do desenvolvimento destes novos produtos, o Red Bull Bragantino poderá projetar e desenvolver de forma mais eficiente toda a infraestrutura que será construída na arena.

Impacto

Os benefícios da renovação do Estádio Municipal Cícero de Souza Marques se estendem à própria comunidade de Bragança Paulista, afinal, a estrutura reformada seguirá disponível para a cidade após o término das obras na arena.

Bragança Paulista passará a ser uma das poucas cidades do interior do Brasil com dois estádios capazes de receber partidas promovidas pela Conmebol, entre vários outros eventos relevantes para a economia e o entretenimento do município.

O primeiro impacto já poderá ser sentido no início de junho, quando o estádio receberá uma partida amistosa da seleção brasileira feminina, contra o Japão. Antes, no dia 28 de maio, o local sediará um amistoso entre Santos e RB Leipzig, clube alemão que também pertence à Red Bull. Para ter a partida, a diretoria do Bragantino venceu uma disputa que envolvia cidades da Austrália, África do Sul e Japão.

Neste sentido, o Estádio Municipal Cícero de Souza Marques será também um novo ponto de conexão do Red Bull Bragantino com a cidade de Bragança Paulista. A intenção do clube é seguir utilizando o local mesmo após a finalização da arena, com jogos das categorias de base e da equipe feminina.

“Em um primeiro momento, tínhamos pensado em devolver o equipamento. Hoje, dada a condição que pegamos e sabendo que não é prioridade da administração municipal manter o equipamento dessa qualidade, muito provavelmente a gente vai ter que entrar em algum acordo com eles para que possamos gerar uma manutenção usando isso aqui de alguma forma”, contou André Rocha, CEO do clube, em entrevista antes da partida do Red Bull Bragantino contra o Palmeiras, neste domingo (18), pelo Brasileirão.

“Sabemos quanto custa para manter um gramado desse, e isso não é prioridade para a Prefeitura. A Prefeitura não vai ter condições de manter se não oferecermos alguma ajuda”, acrescentou.

Cronograma da arena

O Estádio Nabi Abi Chedid já não receberá mais jogos do Red Bull Bragantino antes da reforma. A despedida aconteceu no dia 20 de abril, na vitória por 1 a 0 contra o Cruzeiro, pelo Brasileirão.

“A primeira concorrência que já está em curso é para a demolição. Estamos trabalhando com a prefeitura para sair a licença. A ideia para esse ano é ter essas duas fases [demolição e terraplanagem] preenchidas”, detalhou André Rocha.

O clube entende que as primeiras fases serão etapas delicadas do processo, principalmente pelo local em que o estádio se encontra, uma zona residencial. A previsão para conclusão do projeto envolve quatro anos de obras.

O valor da construção não foi divulgado. Segundo o CEO, sequer é conhecido, já que o projeto executivo ainda não foi concluído. De qualquer forma, o objetivo é um projeto bastante eficiente, com 20 mil lugares cobertos e grama natural.

“O meu compromisso é de ser a arena mais eficiente do Brasil. Quero ter o menor preço por assento do Brasil. Queremos trabalhar de maneira produtiva, eficaz, para que os custos sejam todos voltados para funcionalidade e conforto do torcedor”, apontou o executivo.

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