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Corinthians: Citada em denúncia no caso VaideBet, empresa nega ligação com PCC

by Agência Hotz

Anunciado no começo do ano passado, o contrato do Corinthians com a empresa de apostas VaideBet inicialmente representou um grande trunfo para o presidente Augusto Melo, que acabara de tomar posse no clube.

Com o passar do tempo, porém, o acordo, considerado até então o maior patrocínio máster da história do futebol brasileiro, converteu-se em dor de cabeça para o mandatário e para a própria equipe.

Rompido em junho do ano passado, após denúncias envolvendo intermediação (fato que, inicialmente, não havia sido anunciado pela diretoria corintiana), o contrato do time com a VaideBet continua a render escândalos.

Trechos do relatório de um inquérito da Polícia Civil de São Paulo divulgados nesta quinta-feira (15) pelo blog de Fausto Macedo, do Estadão, mostram que R$ 1 milhão pago pelo Corinthians à empresa do intermediário Alex Cassundé teria abastecido um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

A empresa mencionada na matéria do Estadão é a UJ Football Talent, que agencia jogadores de futebol e teria sido citada pelo delator Antonio Vinícius Gritzbach (morto por policiais militares, no fim do ano passado) como sendo um braço esportivo da facção.

No relatório do delegado Tiago Fernando Correia, o Corinthians é tratado como vítima de um suposto esquema de lavagem de dinheiro.

O elo entre a UJ Footbal Talent e Cassundé seria, segundo as reportagens que abordaram o caso, Danilo Lima de Oliveira, o Tripa, membro do PCC que, de acordo com os trechos da investigação divulgados pela imprensa, seria ligado à empresa agenciadora de atletas.

O relatório do delegado diz que, de R$ 1,4 milhão pago pelo Corinthians em comissões ao intermediário do acordo com a VaideBet, R$ 1.074.150 teria sido chegado às contas da UJ Football Talent, numa operação que contou com a participação de quatro diferentes empresas.

Empresa nega envolvimento no caso

A Máquina do Esporte entrou em contato via e-mail com a UJ Football Talent, que negou qualquer envolvimento com o caso.

A nota alega que “Danilo Lima não é e nunca foi sócio, gestor ou colaborador da UJ, tampouco possui qualquer participação societária ou vínculo com a condução da empresa”.

A UJ admite ter recebido repasses feitos pela empresa de Danilo Lima, mas explica que esses pagamentos são relativos à comissão pela intermediação da transferência do jogador Emerson Royal ao Barcelona, da Espanha.

A negociação foi feita em 2019. Atualmente, o lateral defende o Milan, da Itália. Segundo a UJ, os repasses da empresa de Lima foram feitos “de forma regular e declarada, dentro dos trâmites usuais de mercado”.

A empresa afirma, ainda, que ela e seu proprietário “jamais foram alvo de qualquer investigação relacionada a essas operações ou a qualquer outro tipo de atividade ilícita” e salienta que “atua há anos no mercado de forma transparente, legal e ética, respeitando todas as normas regulatórias e fiscais que regem o setor de agenciamento esportivo”.

Confira a íntegra da nota da UJ Football Talent:

Diante das recentes matérias veiculadas na imprensa, a UJ Football Talent vem a público esclarecer:

1.⁠ ⁠A empresa UJ Football Talent é uma empresa individual (EIRELI), conduzida exclusivamente por seu proprietário legal. O senhor Danilo Lima não é e nunca foi sócio, gestor ou colaborador da UJ, tampouco possui qualquer participação societária ou vínculo com a condução da empresa.

2.⁠ ⁠Conforme já informado anteriormente, a UJ não possui e nunca possuiu qualquer relação com grupos ou atividades ilícitas. A tentativa de associação da empresa a investigações criminais é infundada e carece de qualquer base legal ou factual.

3.⁠ ⁠A título de comissão pela intermediação da transferência do jogador Emerson Royal ao clube Barcelona, houve repasse de valores da empresa do Danilo Lima à UJ Football Talent, de forma regular e declarada, dentro dos trâmites usuais de mercado.

4.⁠ ⁠Nem a empresa, nem seu proprietário, jamais foram alvo de qualquer investigação relacionada a essas operações ou a qualquer outro tipo de atividade ilícita. A tentativa de associar a UJ a condutas criminosas não apenas é injusta, como criminosa, carecendo totalmente de fundamento.

5.⁠ ⁠A UJ Football Talent atua há anos no mercado de forma transparente, legal e ética, respeitando todas as normas regulatórias e fiscais que regem o setor de agenciamento esportivo.

Por fim, reiteramos que a leviana tentativa de associar indevidamente a UJ Football Talent a uma investigação criminal é uma narrativa irresponsável e que poderá gerar responsabilização civil e criminal aos seus autores e propagadores. Estamos à disposição para esclarecimentos adicionais e solicitamos que esse posicionamento seja respeitado e considerado nos conteúdos futuros para evitar novos equívocos.

Quem é a UJ Footbal Talent?

UJ é na verdade a sigla de Ulisses Jorge, empresário que atua como agente de jogadores de futebol, entre eles Éder Militão, do Real Madrid.

Nascido em Itaboraí (RJ), em uma família pobre, Ulisses inicialmente tentou se tornar atleta profissional, passando inclusive pelas categorias de base do Palmeiras. Ele relata essa experiência em um post publicado em sua conta no Instagram, onde possui pouco mais de 105 mil seguidores.

Foi como agente de atletas, porém, que ele se destacou. Em 2023, Ulisses teve sua trajetória narrada em uma matéria do colunista de celebridades Léo Dias, que abordou questões como o racismo enfrentado pelo empresário, uma das poucas pessoas negras atuando com destaque nesse mercado de agenciamento, atualmente.

Em suas redes sociais, além de inúmeras fotos do empresário em estádios da Europa acompanhando sobretudo jogos do Real Madrid, é comum encontrar cliques de Ulisses Jorge em momentos de maior descontração ao lado de celebridades como a apresentadora Regina Cazé, o ator Douglas Silva, a cantora Preta Gil e o próprio Léo Dias.

O que diz o Corinthians?

Em nota oficial divulgada em seu site, o Corinthians afirma que é vítima das circunstâncias investigadas e que seu presidente apoia a apuração realizada pela Polícia Civil.

O clube diz ser favorável a “todas as medidas necessárias para garantir a lisura das competições e combater práticas ilícitas no futebol”.

Confira, abaixo, a íntegra da nota oficial do Corinthians:

O Sport Club Corinthians Paulista informa que, até o momento, não há qualquer demonstração de autoria relacionada aos fatos mencionados. O presidente do Clube reafirma seu total apoio às investigações em andamento, bem como a todas as iniciativas que visem apurar eventuais envolvimentos do crime organizado no futebol brasileiro.

O Corinthians destaca que é vítima das circunstâncias investigadas e reforça que não possui controle sobre o que terceiros fazem com valores recebidos em decorrência de contratos firmados. O Clube cumpre rigorosamente todas as suas obrigações legais e contratuais, prezando pela transparência e integridade em suas operações.

O Corinthians reitera seu compromisso com a transparência, a responsabilidade e a justiça no esporte, apoiando todas as medidas necessárias para garantir a lisura das competições e combater práticas ilícitas no futebol.

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