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CBF irá revogar mudanças feitas por Ednaldo no estatuto, mas demandas de clubes seguem fora da pauta

by Agência Hotz

O médico Samir Xaud, de 41 anos, ainda não foi oficialmente eleito e empossado como presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Mas antes mesmo do pleito, que ocorrerá no próximo domingo (25), algumas de suas bandeiras de campanha já começarão a ser cumpridas.

A CBF realizará uma assembleia geral extraordinária na manhã do sábado (24), convocada pelo interventor Fernando Sarney com a finalidade de debater alterações feitas pelo ex-presidente Ednaldo Rodrigues (destituído do cargo pela Justiça) no estatuto da instituição, no ano passado.

As mudanças nas regras que regem a entidade máxima do futebol brasileiro foram a principal causa da perda de apoio do cartola baiano no comando da CBF. Isto porque, na prática, elas acabaram por esvaziar os poderes de vices-presidentes e da diretoria da instituição, além de limitar a própria autonomia das federações.

Entre as mudanças que desagradaram a cartolagem está a que tornou de competência exclusiva do presidente da CBF a possibilidade de determinar intervenção em federações filiadas. Antes, para que isso ocorresse, era necessário o aval da diretoria.

Ednaldo também tentou tornar prerrogativa do presidente a aprovação de uniformes em cores distintas das usadas na bandeira do Brasil (verde, amarelo, azul e branco). Antes, essa decisão cabia à diretoria da entidade.

Essa questão acabou gerando um grande debate, depois que passou a circular a informação de que a fornecedora de materiais esportivos Nike poderia lançar uma camisa vermelha (ou rosa brilhante) e preta para a próxima Copa do Mundo, que será disputada no ano que vem.

O ex-presidente também eliminou a norma que dava à diretoria da CBF o poder de afastar da entidade pessoas que violassem seu estatuto e ainda excluiu a regra que impedia a instituição de celebrar contratos com empresas pertencentes a familiares de seus dirigentes.

Em entrevista concedida à Máquina do Esporte, no último sábado (17), Samir criticou a concentração de poder nas mãos do presidente da CBF, durante a gestão de Ednaldo.

O dirigente de Roraima comprometeu-se a descentralizar as decisões na entidade, abrindo espaço para maior diálogo com federações estaduais e os clubes.

Clubes ainda terão de esperar

O estatuto da CBF prevê que assembleias como a do próximo sábado, de caráter administrativo, devem contar apenas com participação das 27 federações estaduais.

As mudanças que serão revogadas haviam recebido anuência dessas mesmas entidades, no fim do ano passado. Porém, conforme noticiou a Máquina do Esporte, este foi um daqueles célebres casos do “assinou sem ler”.

Por ora, as reivindicações feitas por ao menos 21 clubes das Séries A e B do Brasileirão também ficam de fora dessa assembleia, para a qual eles sequer foram convidados.

Na noite desta quarta-feira (21), esse grupo (que, inicialmente, havia apoiado a malograda tentativa de candidatura de Reinaldo Carneiro Bastos à presidência da CBF) divulgou nota comunicando o boicote à eleição da entidade.

O documento é assinado por América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo-SP, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Mirassol, Novorizontino, Operário-PR, Santos, São Paulo e Sport.

Os clubes signatários anunciaram que não irão comparecer à votação, por discordarem do “processo vigente”.

No dia anterior, por meio de outra nota – não assinada, mas publicada nas redes oficiais da Liga Forte União (LFU) – o grupo cobrava mudança no processo eleitoral da CBF, de modo a garantir maior protagonismo aos clubes das Séries A e B (que, respectivamente, têm peso 2 e 1 na disputa, enquanto o das federações estaduais é 3).

Outra exigência feita pelos times é justamente a de poderem participar de todas as assembleias gerais da CBF, fato que não ocorrerá, por exemplo, no próximo sábado.

O grupo ainda reivindica que a CBF assuma o compromisso da criação de uma liga unificada no país e o reconhecimento de que as propriedades comerciais das Séries A e B pertencem aos clubes.

Apesar do boicote à votação que aclamará Samir como presidente, os 21 times dizem estar dispostos a “conversar com a nova gestão, a partir da próxima semana”.

Atual presidente eleito da Federação Roraimense de Futebol (FRF), cargo que assumiria a partir de 2027, o médico foi definido como candidato único na disputa pelo comando da CBF, depois de Reinaldo Carneiro Bastos não conseguir reunir o total de assinaturas necessário para se registrar no pleito.

O presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) obteve o apoio de 32 presidentes de clubes das Séries A e B (cerca de 80% do total), mas as federações estaduais fecharam em peso com Samir.

No fim das contas, Reinaldo contava apenas com os endossos das federações de São Paulo e Mato Grosso. Para ser candidato, precisaria das assinaturas de ao menos oito entidades estaduais, além de cinco clubes das duas principais divisões do país.

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