A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) terá um novo presidente a partir do próximo domingo (25). Samir Xaud, de 41 anos, da Federação Roraimense de Futebol (FRF), será alçado ao principal cargo do futebol brasileiro em uma eleição que teve uma disputa acirrada no sábado (17) e terminou com um desmonte de qualquer movimento de oposição por parte do roraimense.
Na manhã deste domingo (18), Xaud protocolou sua candidatura à presidência da CBF com uma visita à sede da entidade, em que mostrou seu poder político no futebol. O dirigente foi acompanhado de presidentes e representantes de 25 federações estaduais, que deram apoio à sua chapa para concorrer às eleições.
Com isso, o movimento de oposição que era liderado por Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), e que contava inicialmente com o apoio de algumas federações e 32 dos 40 clubes que disputam as Séries A e B do Brasileirão, foi esvaziado.
Carneiro Bastos sequer conseguirá lançar uma chapa para concorrer ao pleito, uma vez que, para registrar a candidatura, o postulante precisa ter o apoio de ao menos oito federações e oito clubes. Como apenas a federação de Mato Grosso ficou ao lado do dirigente paulista, a candidatura não poderá ser registrada.
Um dia de articulação
Xaud conseguiu desarticular uma candidatura de oposição ao longo de todo o sábado (17), trazendo para si os presidentes de federações, enquanto Reinaldo Carneiro Bastos tentava ganhar a opinião pública por meio de ações conjuntas com clubes e personalidades do futebol.
Na manhã de sexta-feira (16), ainda sem ter um nome confirmado como candidato, os presidentes de 19 federações estaduais assinaram um manifesto pedindo “estabilidade, renovação e descentralização do futebol brasileiro”. Entre os assinantes estava a federação roraimense, de Xaud.
No sábado (17) pela manhã, Bastos confirmou que seria candidato à presidência e alegou que tinha o apoio de “algumas federações e clubes”. Teoricamente, o dirigente poderia conseguir o suporte de oito federações que não assinaram o manifesto da sexta-feira (16), porém não foi isso o que aconteceu.
Enquanto Samir articulava com presidentes de federações durante todo o sábado (17) no Rio de Janeiro, o dirigente paulista contava com declarações públicas de apoio vindas dos dois blocos econômicos de clubes, a Liga Forte União (LFU) e a Liga do Futebol Brasileiro (Libra). Além disso, um manifesto assinado por ex-jogadores campeões mundiais de futebol reforçava o peso de sua candidatura.
Os próximos passos
Até a terça-feira (20), é possível que uma nova candidatura seja protocolada na CBF. Isso, porém, não deve acontecer, a não ser que haja alguma reviravolta e Xaud perca o apoio. Sendo assim, no domingo (25), o dirigente deve ser aclamado como novo presidente da CBF, com apenas 41 anos de idade.
A apresentação de Carlo Ancelotti como novo treinador da seleção brasileira masculina deverá ser o primeiro ato oficial de Xaud. Na segunda-feira (26), o italiano fará a primeira convocação do time brasileiro para a disputa das próximas duas rodadas das Eliminatórias para a Copa do Mundo.
Antes disso, porém, a tendência é de que o dirigente use a semana para se aproximar mais dos clubes, já que a maioria se colocou ao lado de Reinaldo Carneiro Bastos. No sábado (17), Xaud concedeu entrevista à Máquina do Esporte e falou sobre a relação com os clubes.
“Eu apoio a criação de uma liga unificada e forte no futebol brasileiro. Temos um produto grande, mas que não está sendo bem trabalhado. Vamos nos esforçar para que essa união ocorra, e os clubes possam desenvolver a liga”, afirmou.
Na seleção brasileira, que recentemente contratou o técnico italiano Carlo Ancelotti, a intenção do dirigente é fortalecer a diretoria responsável pelo setor.
“Os diretores da área terão autonomia e liberdade para trabalhar. Conversamos com Ancelotti e procuramos passar a ele toda segurança e a garantia de que vamos honrar o contrato firmado”, disse.
Samir também destacou que pretende submeter os atuais contratos publicitários da CBF a uma análise minuciosa, caso venha a ser eleito.
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