A Vitru Educação atingiu o número de 30 clubes patrocinados no futebol brasileiro na atualidade, o que dá à empresa, dona das marcas Unicesumar e Uniasselvi, o primeiro lugar em número de times parceiros nesta temporada.
Dos clubes que contam com patrocínio da empresa, quatro estão na Série A, dez na Série B, seis na Série C, 6 na Série D e quatro estão sem divisões. Contando todos os acordos, as universidades estão presentes em uniformes das cinco regiões do país. Na elite a empresa está com Bahia, Corinthians, Palmeiras e Santos.
Nessa conta, o Internacional pode se tornar o 31º time da relação e o quinto da primeira divisão. A empresa fez patrocínio pontual, com Uniasselvi, na traseira do calção do Colorado na final do Campeonato Gaúcho.
Na ocasião, o Internacional se tornou campeão, desbancando uma longa hegemonia de sete anos do arquirrival Grêmio. No momento, empresa e clube negociam um novo acordo, dessa vez permanente, por duas temporadas.
Para estar presente no uniforme de tantas equipes e com orçamento limitado, a Vitru buscou visibilidade em áreas alternativas dos uniformes. Nenhum acordo da empresa, nem com clubes menores, é de patrocínio máster.
“Aí eu precisaria colocar R$ 1 bilhão, R$ 1,5 bilhão para conseguir ser o máster de todo mundo. Considere que um clube como o Palmeiras negociou a região por R$ 100 milhões por ano”, justifica José Henrique Saviani, diretor de relações institucionais da Vitru, em entrevista à Máquina do Esporte.
Bumbum
Nessa busca por novos espaços, nenhuma propriedade rendeu tanto como a traseira do calção. Atualmente, a empresa coloca o logo de suas universidades na região do bumbum em 50% dos times que patrocina.
Em seguida vêm calção frontal (20%); barra frontal, barra traseira e lateral do calção (7% cada uma); abdômen e lombar, meião e traseira direita do calção (3% cada).
“Nosso nome, Unicesumar, é muito grande. Tem dez letras. Em projeção e proporção, a marca no bumbum dá uma boa visibilidade”, acredita Saviani.
Hulk
O executivo lembra que, quando a universidade estreou no uniforme do Santos, em 2018, na frente do calção, o público quase não via o logo da empresa.
Ex-jogador de basquete de Palmeiras e Londrina nos anos 1990, Saviani lembra que, quando começou a negociar com os clubes, o orçamento apertado fez com que o diretor da Vitru argumentasse que não queria ocupar uma região muito cobiçada.
“Não quero ocupar a omoplata, a manga, o máster, a costa superior. Perguntei qual era a região que não era a região que não vendia, não monetizava. ‘O bumbum’, me responderam. Legal, vamos ocupar o bumbum”, diverte-se Saviani.
A experiência deu muito certo. Em 2021, a empresa negociou o patrocínio com o Atlético-MG, conquistando boa lembrança de marca entre os torcedores, no ano mais vitorioso da história do Galo, que conquistou a tríplice coroa (Campeonato Mineiro, Campeonato Brasileiro, após um longo jejum de 50 anos, e Copa do Brasil). O patrocínio ficou até 2022.
“Fomos colocar na marca no bumbum do Hulk. Ficamos dois anos com o Galo, a marca bombou em Minas Gerais. Porque o Hulk, com aquela lordose dele, a marca não desce. Não fica tapando a marca. Ganhou evidência”, conta Saviani.
Diversificação
Os patrocínios não se limitam ao futebol. A empresa também está no vôlei (Pinheiros e Londrina); basquete (Cruzeiro e Londrina); futsal (ABL Campo Mourão, ADGG Goioerê, América-MG, Blumenau e Cruzeiro); handebol (Londrina e Maringá); e futebol americano (Londrina Bristlebacks, Itajaí, Juventude e Vasco Almirantes).
Não bastasse isso, também é parceira da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA), Federação Catarinense de Baquete (FCB), Escola Guga (do ex-tenista Gustavo Kuerten) e da CliniSport (centro de treinamento em Maringá).
Para realizar tantos acordos, a rede de universidades oferece opções diversificadas. Há acordos financeiros, há alguns com oferta de acesso aos cursos das universidades e outros com as duas possibilidades. O executivo diferencia a oferta de acesso a cursos de uma bolsa de estudos.
“A bolsa de estudos é pessoal e intransferível. O MEC [Ministério da Educação] não permite retirá-la. Se um atleta ganhar uma bolsa, ele terá o direito aos quatro anos de curso, mas eventualmente pode deixar o clube antes disso”, explica Saviani.
“No sistema de crédito eu consigo mensurar o acesso ao ensino superior por no mínimo 12 meses. Aí o clube tem a autonomia de renovar ou não esse crédito ao seu profissional”, acrescenta.
Crescimento
O executivo não é capaz de mensurar quantos alunos novos foram obtidos graças às parcerias esportivas e à visibilidade conquistada por Unicesumar e Uniasselvi nos últimos anos.
No entanto, a empresa de educação ostenta números significativos no mercado brasileiro: são 906 mil alunos em 2025. Houve crescimento de mais de 250% desde que os investimentos esportivos começaram a ser feitos, há cinco anos. Segundo a empresa, Unicesumar e Uniasselvi hoje lideram o ranking de alunos em cursos EAD (Ensino a Distância).
Para abarcar tanta gente, só a Unicesumar, a maior do conglomerado educacional, conta com 1.375 unidades no Brasil, além de quatro no exterior (Emirados Árabes, Japão e Suíça). Já a Uniasselvi possui cerca de 1.300 unidades.
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